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Três dicas para evitar bebidas (e não engordar) nas festas de fim de ano   Leave a comment

textgram_1419268431As festas de fim de ano são provações para quem não deseja beber, seja por questões de manter a saúde e o peso, seja porque está comprometido em um tratamento ou objetivos de vida em que se deve evitar bebidas alcoólicas. É especialmente um desafio para quem é alcoolista. Afinal, é uma época em que há grande oferta de bebidas alcoólicas e é extremamente incentivado o consumo.

Também para quem está comprometido em perder peso e entrar em forma, o natal é especialmente uma tentação pela grande oferta de alimentos deliciosos e com grande teor calórico.

Já que as bebidas alcoólicas tem grande teor calórico, “abrem o apetite” e diminui o limiar de controle calórico do que as pessoas comem, somente o fato de evitar bebida alcoólica já ajuda e muito no controle alimentar nas festa de final de ano sem deixar de comer aquelas coisas gostosas tradicionalmente servidas nas festas de final de ano.

Quase todos pacientes que atendo no mês de dezembro me perguntam:  “doutor, vou poder beber nas festas?”.

Separei três dicas básicas para evitar uso de bebidas alcoólicas nas festas de fim de ano.

Atenção aos lugaresaa

O ideal é não frequentar bar e alguns tipos de festas que favoreçam o consumo de bebidas alcoólicas. No entanto, fim de ano é uma época que fica difícil escapar de eventos sociais. Se decidir ir, vá somente se estiver bem e confortável com a situação. E peça logo um suco ou refrigerante. É um sinal para que os amigos e garcons não ficarem enchendo seu copo de bebidas alcóolicas.

Evite companhias inapropriadasa

Nas festas de final de ano sempre aparece pessoas inconvenientes, da família ou trabalho, que tem dificuldade de entender a que você simplesmente não quer beber. E ficam insistindo para beber isso ou aquilo, dizendo que não faz mal, colocam um copo com bebida na sua mão e forçam para você beber bebida alcoólica depois de um brinde. Dentre outras situações. Por isso, o melhor é evitar essas companhias inapropriadas. Os “colegas de copo” tem dificuldade de entender que você quer evitar o álcool, então fique longe deles.

Pessoas de suporte

Procure ir às festividades com pessoas que possam te dar apoio nos seus objetivos de não beber. Pode ser familiares, amigos ou mesmo pessoas que você conheceu durante o tratamento. Não tenha medo de recorrer a eles para evitar o consumo de álcool. Pelo contrário, eles vão ficar muito felizes com sua decisão e vão até gostar mais de sua companhia. Para eles você estará inspirando um novo comportamento de um VENCEDOR.

Boas Festas!

Publicado 22 de dezembro de 2014 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool

Uso de álcool para aliviar ansiedade e “baixo-astral” leva à dependência   Leave a comment

ansiedad1Consumir álcool para "afogar as mágoas" e aliviar o estresse pode ser uma porta de entrada para o alcoolismo p ara pessoa com sintomas de ansiedade. Pessoas com problemas como transtorno de pânico ou fobias são especialmente vulneráveis a esse fator de risco.

Pacientes que praticavam o consumo "terapêutico" de bebidas alcoólicas (ou de qualquer outro tipo de droga) contra a ansiedade aumentaram de três a seis vezes o risco de dependência. Estudos sugerem que 15,9% dos diagnósticos incidentes de transtornos do álcool nessa população podem ser atribuídos à automedicação com álcool.

A dependência de álcool ou outras drogas atuam contra a melhora de sintomas de ansiedade a longo prazo. Agem apenas de forma paliativa e circunstancial. Dessa forma, cria-se um círculo vicioso e a automedicação com alcool tem ainda tendência a se tornar vício.

O abuso de álcool e drogas é particularmente alto como fator de risco para um tipo específico de transtornos de ansiedade: a fobia social.

O transtorno de ansiedade acompanhado de dependência também é mais difícil de tratar, porque a abstinência pode provocar uma intensificação dos sintomas que são típicos da ansiedade.

docexam(4)Ao identificar um comportamento real ou potencial de automedicação com álcool, os médicos, pacientes e familiates podem trabalhar para prevenir o surgimento simultâneo da ansiedade ligada ao alcoolismo nesses pacientes.

O ideal é a pessoa com muita ansiedade procurar ajuda profissional, passando por um bom psiquiatra. A partir de então, pode utilizar de várias estratégias em combinação com o tratamento médico para aliviar a ansiedade, como caminhadas, meditação, relaxamento, exercícios de respiração, yoga, etc.

Publicado 12 de agosto de 2011 por Dr. Tarcio Carvalho em Ansiedade, álcool

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Bebida alcoólica e o sono das mulheres   1 comment

O consumo da bebida faz com que ela acorde mais vezes durante a noite

Sono leve: ao consumir bebida alcoólica à noite, a mulher tem dificuldades em entrar no sono profundo e acaba acordando mais vezes durante a noite

Consumir bebida alcoólica à noite, a mulher tem dificuldades em entrar no sono profundo e acaba acordando mais vezes durante a noite.

Quando se espalha pela corrente sanguínea, o álcool envia sinais de alerta para o cérebro, avisando que é hora de acordar.

As mulheres são mais propensas a terem uma noite de sono conturbado depois de ingerir bebida alcoólica, quando comparadas a homens.

Entre as queixas mais frequentes relatadas pelas mulheres, estavam cansaço pela manhã, baixa qualidade de sono e visão embaçada após o despertar.

Isso significa que beber uma taça de vinho para relaxar e pegar no sono pode ser uma péssima ideia. De acordo com o estudo realizado pela Universidade de Michigan, mulheres que consomem bebida alcoólica antes de dormir acordam mais vezes durante a noite e perdem cerca de 20 minutos de sono.

Esse tempo até não parece uma grande perda. Mas a mulher precisa de 20 minutos a mais de sono por noite do que o homem.

Quando se espalha pela corrente sanguínea, o álcool envia sinais de alerta para o cérebro, avisando que é hora de acordar. Assim, o sono acaba tendo ciclos desregulados e a pessoa tem dificuldade para permanecer na fase REM, considerada a fase do sono profundo. Os pesquisadores suspeitam ainda que a maior sensibilidade feminina à substância deve-se à interação do álcool com os hormônios e a sua ação no metabolismo.

Publicado 20 de fevereiro de 2011 por Dr. Tarcio Carvalho em álcool, Insônia

Deprimidos sentem-se melhor com bebidas álcoolicas   1 comment

alcoolismo7Pessoas deprimidas sentem-se melhor com o álcool. Mas o álcool é um mau antidepressivo e tranqüilizante. Ele tende a fazer as pessoas infelizes ficarem mais infelizes. Álcool piora a depressão. A pequena euforia que caracteriza o pilequinho é sintoma do início da depressão do sistema nervoso central. A autocensura some momentaneamente, dando uma sensação de bem-estar. Entretanto o resultado final é um indivíduo mais infeliz. E muito mais deprimido.

Publicado 13 de dezembro de 2010 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool, Demência

Beber é muito melhor do que se imaginava.   1 comment

Uma das questões mais controversas sobre o consumo de álcool é o fato de que aqueles que não bebem tendem a morrer mais cedo do que aqueles que o fazem. Para os Alcoólicos Anónimos a explicação para este achado é que muitos daqueles que aparecem como abstencionistas em tais pesquisas são, na verdade ex-alcoolatras graves que já estavam com problemas de saúde associados com beber.
Uma nova pesquisa da revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research sugere que – por razões que não estão totalmente claras – a abstenção do álcool tende a aumentar o risco de morrer, mesmo quando você excluir bebedores-problema antigos. A parte mais chocante? taxas de abstêmios ‘mortalidade são superiores aos dos bebedores pesados.

Beber com moderação, como 2,5 bebidas por dia, está associada com menores taxas de mortalidade em estudos de álcool.  O uso moderado de bebidas alcoólicas (especialmente quando a bebida de eleição é o vinho tinto) é relatado com a melhora a saúde do coração, circulação e sociabilidade. Essa última é importante porque as pessoas que estão isoladas não têm muitos familiares e amigos que possam perceber e ajudar a tratar.

Por que a abstenção de álcool leva a uma vida mais curta? É verdade que aqueles que se abstêm do álcool tendem a ser de classes socioeconômicas mais baixas, já que beber pode ser caro. E as pessoas de menor nível socioeconômico têm mais estressantes da vida – trabalho e as preocupações do cuidado da criança que não pode apenas mantê-los a partir da garrafa, mas também causar doenças relacionadas ao estresse por longos períodos. Eles também não recebem os benefícios de redução de stress de uma bebida ou dois após o trabalho.

Mesmo após o controle de quase todas as variáveis que se possa imaginar – o número status socioeconômico, nível de atividade física, de amigos próximos, a qualidade do apoio social e assim por diante – pesquisadores constataram que ao longo de um período de 20 anos, a mortalidade foi maior para aqueles que não eram bebedores, independentemente dos que já foram alcoólatras, seguida pelos bebedores pesados e os mais baixos para os bebedores moderados.

As estatísticas são impressionantes. Beber pesado está associado a maior risco de cirrose e vários tipos de câncer, particularmente de boca e esôfago. Bebedores pesados têm menos probabilidade de morrer do que os que não bebem, mesmo que eles nunca tenham tido um problema com álcool. Uma razão importante é que o álcool lubrifica tantas interações sociais, e as interações sociais são vitais para a manutenção da saúde mental e físico.

Além disso, as pessoas que não bebem mostram sinais de depressão maior do que aqueles que bebem.

Mas atenção. Beber pode ser muito perigoso.  Pode prejudicar gravemente a memória, levar a quedas e traumantismos e outros acidentes como, por exemplo, automobilístico, trair o cônjugue num estado de embriaguez. São coisas que podem estragar a vida. Enquanto escrevia esse texto, uma festa ao lado do predio terminou numa briga por 2 fortes rapazes enfurecidos pelo efeito do álcool. E muitos gritos e choros das mulheres. Acabou a festa.

Há também o problema da dependência. Dependentes de álcool passam um longo tempo tentando sair do alcoolismo e tem perdas financeiras e familiares importantes.

Dito isto, o novo estudo fornece a evidência mais forte de que beber moderadamente não é só diversão, mas é bom para você. Então faça valer a pena!

E aproveite para exigir do governo medidas efetivas para combater o CRACK, COCAÍNA e o tráfico de drogas.

Publicado 5 de setembro de 2010 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool

Álcool destrói – ex-ministro conta em livro seu vício   Leave a comment

img2.jpgAlcoólatra por mais de 30 anos, o ex-ministro conta em livro como o vício quase acabou com a sua vida. "Quando eu era ministro, no final da tarde eu já não tinha condições de falar ou dar entrevista. Era, a rigor, um porrinho a cada noite".

Como ministro dos Transportes, no governo de Fernando Henrique, e deputado federal por quatro mandatos, o gaúcho Odacir Klein, 66 anos, enfrentou muitos desafios. Nada comparável ao drama que teve que superar na vida pessoal. Vítima do alcoolismo, por várias vezes sacrificou sua agenda de compromissos por conta da bebida.

O pior foram as consequências do vício na família. O filho Fabrício, que tinha tirado carteira de motorista havia pouco tempo, tomou o volante do carro e acabou atropelando uma pessoa, em 1996.  Depois de repreendê-lo duramente por ter voltado a beber, o outro filho, Felipe, jogou-se do nono andar do prédio em que estavam, em Porto Alegre, e morreu. “Só entendi o que tinha acontecido depois, quando acordei”, diz. Desde então, parou de beber. Para acertar as contas consigo mesmo e alertar para os riscos do alcoolismo, Klein escreveu o livro “Conversando com os Netos”, no qual corajosamente relata suas desventuras. “Admito que tive esse vício”, diz ele, cujo pai e o avô também foram alcoólatras. Klein saiu da política e é, hoje, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, em Brasília.

Foi prefeito com 25 anos, em Getúlio Vargas (RS), e bebia em festas, mas não era todo dia. Começou o tal de “beber socialmente”. Na época achava que era bonito, que dava status chegar em casa e pegar um copo de uísque. Tinha 31 anos. Foi levando e foi acentuando. O que no começo eram duas doses passou para três ou quatro. E foi acentuando.

imagesCAY31859Sabia o que tinha ocorrido com seu avô em relação ao alcoolismo. Acompanhava o problema do pai alcoóatra, sabia que o pai tinha irmãos que também tiveram problemas com álcool e haviam parado. Mesmo assim, achava bonito beber um pouco. Era bonito ir a um baile e beber, ir a um jantar com os amigos e beber.

O alcoolismo ficou mais acentuado na época em que estava no Ministério, entre 1995 e 1996. O vício já tinha tomado conta do organismo. Não era pela a rotina de Brasília, excesso de preocupação ou com alívio de tensão. Mas não notava que as coisas estavam fora de controle.

O pior efeito da bebida era a ressaca moral. Uma profunda vergonha por lembrar do que tinha feito ou por não conseguir lembrar de algo que as pessoas comentavam que ele fizera. E, quando vinha a repreensão, havia um misto de arrependimento com uma rejeição contra quem falava.

img1.jpgFicava no bar em Porto Alegre, ligava para casa e dizia para o filho mais novo: “Olha, vem me buscar aqui no bar porque não estou bem”. E o filho ia. Tinha 20 anos na época e sofria muito. 

Estava na Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul e tinha parado de beber por mais de um ano. Achou que essa coisa da dependência era bobagem e podia beber um pouco. Um dia o filho disse: “Se você voltar a tomar bebida alcoólica, não vai mais me ver.” Um sábado, o filho o viu em estado de embriagues e se jogou do nono andar do prédio. 

Foi o último dia em que ele bebeu.

Mergulhou no trabalho com muita intensidade. Estava muito confuso com tudo. Naquela época, era secretário de Agricultura e a rigor estava prejudicando o governo. Passou um ano sem beber, seu pai faleceu. E teve uma recaída.

Teve internações para desintoxicar. Em conversas com médicos aprendeu que as pessoas ficam muito surpresas quando descobrem que o hábito de beber reiteradamente cria dependência para algumas delas. Sabendo disso e tendo uma certa notoriedade por conta dos cargos públicos, conseguiria me comunicar com as pessoas e transmitir essas questões. Em razão disso, escreveu “Conversando com os Netos”.

Em nenhuma campanha política há esclarecimentos sobre as consequências do ato de beber reiteradamente. É preciso dizer que alguém que não tenha tendência natural pode desenvolver a doença se beber com muita frequência. Há muita proibição sobre fumo, mas não há maiores esclarecimentos quanto à bebida. Não é banir o álcool, mas é preciso mais informação.

Há quatro reações diante da bebida. Existem aqueles que não bebem nada. Depois, tem a situação dos que podem beber moderadamente, gente que sai do trabalho para tomar um chopinho e é como se tivesse comido uma empada. Há a situação daqueles que estão no sinal amarelo: vão para uma festa, tomam um gole e o organismo pede mais, tem insuficiência de endorfina (neurotransmissor ligado ao bem-estar e prazer) e precisam cada vez mais de bebida. O sinal vermelho é justamente quando a pessoa passa a sentir falta do álcool. Porque as pessoas podem ter prazer em beber e não sentir falta da bebida.

Ele foi alcoólatra, alguém que tem o vício. Hoje não é mais viciado, mas tem uma doença eterna.

Publicado 2 de agosto de 2010 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool

No Brasil adolescentes começam a beber cada vez mais cedo   Leave a comment

No Brasil, 80% dos adolescentes já beberam alguma vez na vida e 22% dos jovens estão sob risco de desenvolver dependência de álcool.

Proibidas para menores de 18 anos, as bebidas alcoólicas estão cada vez mais presentes na rotina dos adolescentes. Sem limites e sem conhecimento dos pais, jovens em idade escolar têm acesso livre ao álcool em festas de formatura, baladas ou bares. Os jovens não enxergam a bebida como algo ruim por causa da legalidade da bebida e do fácil acesso. O que eles não sabem é que o álcool pode causar vários danos à saúde e também é uma porta de entrada para outras drogas.

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Apesar da legislação, a dificuldade para comprar uma bebida é quase inexistente. Ao contrário, a compra é facilitada. Adolescentes frequentam festas conhecidas como open-bar, em que alguns tipos de bebidas são distribuídas livremente para quem pagou o valor da entrada. Organizadas por empresas especializadas em eventos, essas festas são um paraíso para os teens.

Pesquisas demonstram que 80% dos adolescentes já beberam alguma vez na vida e 33% dos alunos do ensino médio consumiram álcool excessivamente no mês anterior à pesquisa. Outro estudo,  com universitários, mostrou que 22% dos jovens estão sob risco de desenvolver dependência de álcool. Mais um indício: de acordo com o departamento de comunicação dos Alcoólicos Anônimos, o número de jovens em busca das reuniões aumentou significativamente nos últimos cinco anos. Os jovens consomem muito álcool e há uma preocupação, do ponto de vista médico, porque isso ocorre cada vez mais cedo.

Beber demais não é uma característica apenas do jovem brasileiro. Nos Estados Unidos, uma pesquisa feita com adolescentes com idades entre 14 e 17 anos revelou que 39% declararam ter consumido álcool no mês que antecedeu o estudo – número 11% maior do que encontrado no levantamento anterior, realizado em 2008. Outro levantamento realizado no Reino Unido mostrou que 29% dos jovens com 16 e 17 anos afirmaram ter bebido alguma vez na vida porque estavam entediados.

Publicado 4 de julho de 2010 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool

Pessoas que bebem álcool são mais saudáveis do que as que não bebem   Leave a comment

Pessoas que utilizam bebidas alcoólicas com moderação são menos propensas a sofrerem de problemas do coração, obesidade e depressão do que as não bebem.

Estudos demonstram também que pessoas que bebem moderadamente tendem a ser mais ricas e mais bem sucedidas na vida pessoal e na vida profissional do que a média. O consumo do álcool funciona, dentre outras coisas, como um poderoso marcador social.

Não quero incentivar o uso medicinal de bebidas alcoólicas em tratamentos de saúde. O consumo moderado também está associado a hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos do que em pessoas que não bebem.

Entretanto, beber exageradamente sempre é algo a se evitar pelas graves consequencias fisicas e emocionais.

Publicado 3 de julho de 2010 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool

Aumenta o número de alcoolismo em mulheres no Brasil   Leave a comment

alcoolismo22 Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde aponta que 10,5% das mulheres brasileiras consomem bebidas alcoólicas em excesso. Os números de 2008 superam os registros dos anos anteriores, quando os indicadores não chegaram aos 9%.
O aumento no número de mulheres que sofrem com o problema do alcoolismo ou dependência química também está ligado às transformações sociais que aconteceram ao longo das ultimas décadas. As mulheres não apenas conseguiram igualdade em questões positivas como o espaço no mercado de trabalho, o respeito a seus direitos e a independência financeira, mas também acabaram se igualando no que se refere ao consumo de álcool e drogas.
Embora a incidência do alcoolismo seja maior entre os homens, que atualmente representam 2/3 dos casos no país, o crescimento dos registros de abuso alcoólico pelo público feminino é preocupante. As mulheres desenvolvem problemas de saúde relacionados à bebida com mais facilidade do que as pessoas do sexo oposto, mesmo consumindo menores quantidades de álcool por um período de tempo mais curto.
Além da predisposição para adquirir doenças como hepatite, cirrose, hipertensão, cardiopatias, pancreatite, câncer na boca, garganta, cordas vocais e esôfago, que são comuns aos dependentes de álcool, elas ficam mais suscetíveis ao câncer de mama e distúrbios emocionais.
O motivo é que em nossa sociedade prevalece o mito de que o alcoolismo é sinônimo de fraqueza moral. Para a mulher, isso representa o comprometimento de seu papel como mãe e esposa. Por isso é tão difícil admitir que precisa de ajuda, o que só faz piorar a situação.
Não só quem faz a ingestão excessiva do álcool corre riscos de saúde. Algumas crianças nascem com anormalidades físicas, mentais e comportamentais devido à dependência de suas mães durante a gravidez. O ideal é que uma mulher grávida nunca beba. Mas se ela tiver dificuldades em se controlar, é melhor que procure auxílio quanto antes for possível.
O tratamento específico do alcoolismo feminino no Brasil ainda é escasso. A maioria das clinicas de recuperação atende somente o público masculino e, quando diferente, mistura homens e mulheres no mesmo ambiente. A presença feminina em grupos de apoio vem aumentando a cada dia, mas que só isso não é suficiente para chegar à abstinência. É preciso fazer um trabalho mais profundo, abordando questões relacionadas à vida pessoal e familiar, como casamento, filhos, conquistas e derrotas.

Publicado 26 de abril de 2010 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool

Alcoolismo – Nova abordagem no tratamento e prevenção   Leave a comment

No Brasil, quase 70 milhões de homens e mulheres bebem. Incluem-se aí desde as pessoas que tomam uma única dose de álcool ao longo de um ano até os dependentes pesados, que não vivem sem a bebida. Entre os dois extremos, existe um grupo que, até pouco tempo atrás, não aparecia nas estatísticas nem nas preocupações médicas: os bebedores de risco. É grande a probabilidade de você, leitor, ser um deles. Estima-se que os bebedores de risco somem 30 milhões deimage brasileiros. Aparentemente, são pessoas que mantêm uma relação tranquila com a bebida. Vez por outra, cometem alguns deslizes, mas nada que desperte muita atenção ou faça soar o alarme de que um hábito agradável começa a degenerar em vício. Quem já não dirigiu depois de um jantar regado a um bom vinho? Quem já não tomou alguns copos de cerveja durante um tratamento de saúde à base de antibióticos? Quem já não curtiu uma ressaca tão forte que perdeu o dia na escola ou no trabalho? Pergunte a um bebedor de risco como é a sua relação com o álcool e ele certamente dirá que bebe apenas socialmente. Mas o limite que separa esse tipo de bebedor do abismo é muito tênue. Metade deles está à beira do alcoolismo. Os bebedores só não ultrapassarão a fronteira entre o abuso e a dependência se operarem mudanças em relação ao hábito de beber. Cuidar desses pacientes significa, no fundo, prevenir o aparecimento do alcoólatra.

Essa abordagem é totalmente inovadora no tratamento do alcoolismo. É um extraordinário avanço o reconhecimento de que existe um processo indolor, uma progressão em terreno inofensivo que conduz lentamente ao alcoolismo patológico. Seu corolário é a noção de que essa fase crônica pode ser diagnosticada e interrompida para que a pessoa um dia possa recuperar a capacidade de desfrutar a bebida sem maiores riscos. Até a década passada, os especialistas preocupavam-se, sobretudo, com as pessoas já na fase da dependência, quando a luta contra o álcool é muito mais difícil de ser vencida e a abstinência total e permanente é a única chance de controle da doença. Para os bebedores de risco, porém, a abstinência não é necessariamente o objetivo a ser alcançado. Isso porque eles ainda não desenvolveram dependência física do álcool. Os bebedores de risco podem passar dias sem tomar uma cerveja, uma taça de vinho ou algumas doses de uísque. Mas para eles a bebida tem um significado psicológico muito positivo. Ela lhes dá prazer, mas, principalmente, maior autoconfiança. Necessária, sim. Mas não imprescindível. São incapazes de divertir-se ou ficar à vontade numa roda sem esvaziar um copo. Os estudos mais recentes sobre os efeitos do álcool no organismo mostram que muitos desses homens e mulheres podem continuar desfrutando o que julgam ser os efeitos benéficos da bebida sem enveredar sem volta pelo caminho do alcoolismo. Para isso é fundamental que tomem consciência do grau de risco a que estão se expondo e aprendam a quebrar o padrão de comportamento associado ao álcool. A ajuda que os médicos podem dar aos bebedores constantes não viciados é a "redução de danos". Aderir a ela implica reduzir a quantidade e a frequência com que a pessoa bebe sem obrigá-la à privação total.

É surpreendente saber que alguém que já tenha tido problemas com o álcool possa tomar um drinque de vez em quando, sem o risco de uma recaída. Aos alcoólatras recuperados, o primeiro gole é ainda totalmente proibido. Isso não vale, porém, para os bebedores de risco, porque eles ainda não caíram nas engrenagens cerebrais inescapáveis que produzem a dependência.

A principal ação do álcool no cérebro concentra-se em dois neurotransmissores – a dopamina e o GABA. A dopamina é responsável pela sensação de prazer. Ela se eleva muito na presença de álcool. O GABA, por sua vez, um tranquilizante produzido no cérebro, tem seus níveis reduzidos pela bebida. Com a dopamina no alto e o GABA em baixa, o registro na memória da satisfação proporcionada pelo álcool é muito intenso, o que faz com que o cérebro queira repeti-la. Esse mecanismo leva ao vício. É no limite que se equilibram os bebedores de risco. Eles não estão condenados a serem alcoolistas, mas o risco para eles é muito grande.

Esses são alguns passos vitais para o bebedor de risco controlar a bebida e não deixar que ela o controle:

• Estipular uma meta máxima de doses por dia – o ideal é que ela não extrapole uma dose para as mulheres e duas para os homens.

• Evitar beber em casa ou sozinho.

• Dar uma hora de intervalo entre uma dose e outra de bebida alcoólica e, enquanto isso, tomar refrigerante, água ou suco.

Publicado 9 de setembro de 2009 por Dr. Tarcio Carvalho em Álcool e drogas, álcool, Tratamento